domingo, 11 de agosto de 2013

A Verdade

Estava relendo o livro "As Mentiras que os Homens Contam", do grande mestre Luís Fernando Veríssimo, e me deparei com uns dos textos do livro. Espero que gostem (se é que tem alguém aí):



A Verdade

Uma donzela estava um dia sentada à beira de um riacho, deixando a água do riacho passar por entre os seus dedos muito brancos, quando sentiu o seu anel de diamante ser levado pelas águas. Temendo o castigo do pai, a donzela contou em casa que fora assaltada por um homem no bosque e que ele arrancara o anel de diamante do seu dedo e a deixara desfalecida sobre um canteiro de margarida. O pai e os irmãos da donzela foram atrás do assaltante e encontraram um homem dormindo no bosque, e o mataram, mas não encontraram o anel de diamante. E a donzela disse:
- Agora me lembro, não era um homem, eram dois.
E o pai e os irmãos da donzela saíram atrás do segundo homem, e o encontraram, e o mataram, mas ele também não tinha o anel. E a donzela disse:
- Então está com o terceiro!
Pois se lembrara que havia um terceiro assaltante. E o pai e os irmãos da donzela saíram no encalço do terceiro assaltante, e o encontraram no bosque. Mas não o mataram, pois estavam fartos de sangue. E trouxeram o homem para a aldeia, e o revistaram, e encontraram no seu bolso o anel de diamante da donzela, para espanto dela.
- Foi ele que assaltou a donzela, e arrancou o anel de seu dedo, e a deixou desfalecida - gritaram os aldeões. - Matem-no!
- Esperem! - gritou o homem, no momento em que passavam a corda da forca pelo seu pescoço. - Eu não roubei o anel. Foi ela quem me deu!
E apontou para a donzela, diante do escândalo de todos.
O homem contou que estava sentado à beira do riacho, pescando, quando a donzela se aproximou dele e pediu um beijo. Ele deu o beijo. Depois a donzela tirara a roupa e pedira que ele a possuísse, pois queria saber o que era o amor. Mas como era um homem honrado, ele resistira, e dissera que a donzela devia ter paciência, pois conheceria o amor do marido no seu leito de núpcias. Então a donzela lhe oferecera o anel, dizendo "Já que meus encantos não o seduzem, este anel comprará o seu amor". E ele sucumbira, pois era pobre, e a necessidade é o algoz da honra.
Todos se viraram contra a donzela e gritaram: "Rameira! Impura! Diaba!" e exigiram seu sacrifício. E o próprio pai da donzela passou a forca para o seu pescoço.
Antes de morrer, a donzela disse para o pescador:
- A sua mentira era maior que a minha. Eles mataram pela minha mentira e vão matar pela sua. Onde está, afinal, a verdade?
O pescador deu de ombros e disse:

- A verdade é que eu achei o anel na barriga de um peixe. Mas quem acreditaria nisso? O pessoal quer violência e sexo, não histórias de pescador.


quinta-feira, 9 de maio de 2013

"certo do incerto"

"Entre o riso e a lágrima há apenas o nariz" - Millôr Fernandes

sábado, 4 de maio de 2013

"E continuar a acreditar que o melhor é dialogar"

Hoje parei pra ler o meu próprio blog, no qual não escrevo desde 2011, exceto por uma publicação pequena desse ano de 2013.


Bem, fiz questão de ler várias coisas, várias frases feitas, várias rebeldias, várias 'geminialidades' e tudo o mais... É uma questão de autoavaliação mesmo!


Resultado:  mudei muito, mudei pouco, mudei muito, mudei pouco.


Fazendo um balanço, tem-se um saldo de aumento de decepções, acúmulo de frustrações e diminuição de paciência. Ah,  e aquela palavra tão odiada, ainda persegue: a tal da maturidade. É, acho que ela nunca vai deixar. Estou na estatística dos que são avaliados nessa modalidade.


Enfim, digamos que esse foi um post nostálgico, ok?


Se é que alguém ainda vai ler isso, né?


Mas aqui segue um conselho: tudo é eventual.



Insistir é perder.

domingo, 20 de janeiro de 2013